2012/11/03

Resenhas: Guritiba VI

A sexta edição do festival Guritiba aconteceu ontem a noite no bar TNT. O evento reuniu as bandas Anti-Corpos, Rabo De Galo, Teu Pai Já Sabe e Traditional Disorder e ofereceu aos presentes um debate de título Misoginia e Sexismo no Hardcore.

O primeiro grupo que subiu ao palco foi o trio Rabo De Galo. Liderado pela voz e as quatro cordas de Taís,  o baterista Chritiano e o guitarrista Ricardo abriram o show com a interpretação da música Holiday In Cambodia, original de uma de suas maiores influências, Dead Kennedys. Além desse hino do punk rock, o  trio tocou canções originais como Apodrecendo Na Sarjeta, Juventude Sem Futuro, Overdose De Nicotina e Psicopata Metropolitano, cujos títulos introduzem o conteúdo de suas estrofes e versos. O volume do microfone de Taís apresentou alguns problemas nas primeiras músicas e que foram rapidamente solucionados pela equipe responsável pelo som. Na segunda metade do show, o grupo homenageou Johnny Cash ao interpretar duas de suas mais conhecidas músicas, Ring Of Fire e Folsom Prison Blues.

Faixas

01 Holiday In Cambodia (Dead Kennedys)
02 Apodrecendo Na Sarjeta
03 Juventude Sem Futuro
04 Overdose De Nicotina
05 Psicopata Metropolitano
06 California Übber Alles
07 Puta Que O Pariu
08 Ring Of Fire (Johnny Cash)
09 Folsom Prison Blues (Johnny Cash)
10 To Drunk To Fuck (Dead Kennedys)
11 Amedrontar E Abater

Os skatistas da Traditional Disorder deram sequência ao festival e interpretaram todas as canções de seu setlist. O segundo guitarrista, Tuta, ainda não se recuperou totalmente de uma operação feita em seu braço e não pode tocar seu instrumento durante o show. Mesmo assim, ele apoiou seus colegas de banda e até cantou duas de suas músicas. O público presente já era numeroso e formado por cerca de 60 pessoas. Parte desses eram amigos que já conheciam o quinteto e outros ouviram as músicas da Traditional Disorder pela primeira vez. O grupo foi finalmente abençoado pelo destino e nessa ocasião não houve nenhum problema técnico durante sua performance. O único ponto negativo foi quando o futuro sociólogo Danilo, vulgo Paulista, quebrou seu baixo no fim do show. A alça arrebentou minutos antes e após a interpretação da última canção ele terminou o serviço arremessando seu instrumento contra a caixa. Mesmo assim, a Traditional Disorder deixou o palco satisfeita e comentou que esse foi seu melhor show no bar.

Faixas

01 What You Say
02 Believe
03 Or Be Free
04 Smoke
05 Why Skate?
06 I Don't Give A Fuck
07 Institutional Of.Traditional Disorder
08 Sacred Gold
09 Only Weak Fall

Todas as apresentações musicais foram ótimas e agradaram ao público presente mas a atividade mais importante de todo o Guritiba VI foi o debate. Por volta das 19:30 as bandas Anti-Corpos e Teu Pai Já Sabe formaram um círculo na pista de dança com a ajuda de todos os presentes. Seus membros iniciaram a discussão com um breve histórico de sua participação nas cenas hardcore, no movimento punk e os problemas que enfrentaram desde sempre e continuam enfrentando: desrespeito, homofobia, sexismo, violência verbal e física, entre outros. No começo, o microfone intimidou os presentes mas com o passar do tempo várias pessoas contribuíram com seus comentários e diferentes pontos de vista.


Vários casos de violência física contra a mulher foram relatados, inclusive o mais recente que aconteceu no meio anarquista e libertário. Além disso, o comportamento dos homens e das mulheres nos shows de hardcore e punk rock foi motivo de contenda por causa da frequente dominação masculina, por exemplo, na hora da dança ou também o número ínfimo de garotas que tocam em bandas. O desrespeito aos casais de lésbicas e homens homossexuais também foi citado como algo frequente. Um dos pontos abordados foi a escolha de bandas para o festival que gerou diversos conflitos no dia que antecederam o evento. Boa parte dos presentes afirmaram que não tocariam no mesmo lugar que um grupo que  transmite a misoginia em seu vídeo-clipe. Os que não participaram do debate ficaram no bar e bebendo cerveja e atrapalharam o debate por causa do volume de suas vozes. O debate foi interrompido pela organização do evento em respeito ao cronograma e as pessoas que queriam assistir aos shows das bandas seguintes mas o Selo Guritiba disponibilizou alguns minutos após os últimos shows para aqueles que quisessem dar continuidade a essa importante  conversa.


Após a conversa que durou uma hora, o quarteto Teu Pai Já Sabe? subiu ao palco para afinar seus instrumentos. Minutos depois, o grupo queer (o único em atividade no Brasil) abriu seu show com a música Queer. Esse foi mais um show cheio de alegria e comentários engraçadíssimos e mais do que relevantes do guitarrista Carlos, vulgo 7 Metros. A banda teve tempo suficiente para interpretar todas as canções que escolheu para a noite, algumas já conhecidas do público curitibano (e que estão se tornando hinos a cada show) e outras que foram tocadas ao vivo pela primeira vez, entre elas Numa Só Voz e Roube Sua Liberdade. O vocalista Carlos, vulgo Mamá, agradeceu ao convite do Selo Guritiba e manifestou sua felicidade por tocar no mesmo evento que uma banda como a Anti-Corpos, cuja mensagem é libertária assim como a do quarteto que também escreve estrofes e versos sobre a luta contra o preconceito sexual. Antes de tocar a canção Vá de Bike, Mamá convidou o amigo Chico para tocar baixo no lugar de Felipe. Quando este ficou doente e não pôde viajar para São Paulo e participar do evento Liga Juvenil Anti-Sexo, aquele assumiu as quatro cordas e tocou com a Teu Pai Já Sabe? no último dia do evento. O equipamento de som disponível deu conta do recado e permitiu que o público aproveitasse um show com alto de nível de qualidade. Dessa maneira, todos puderam acompanhar o quarteto em suas músicas e dançar na pista. Quando alguns se exaltaram um pouco no círculo, Mamá afirmou que a Teu Pai Já Sabe? não é uma banda de moshcore e pediu para que não houvesse nenhum tipo de violência por parte dos que dançavam. Pedido feito, pedido aceito. O festival Guritiba VI felizmente não teve nenhum caso de discriminação, violência física, verbal ou piadinhas de mal gosto.



Faixas 

01 Queer 
02 Vida de Mentiras 
03 Tuff Guy 
04 Numa Só Voz 
05 Roube A Sua Liberdade 
06 Desejos 
07 Vá De Bike 
08 Cuida Da Tua Vida 
09 Deixado Para Trás 
10 Punk Rock Também É Pra Viado 
11 Dono Da Verdade
12 Teu Pai Já Sabe?

A banda paulista Anti-Corpos subiu ao palco as 21:40 e fechou o festival Guritiba VI com chave de ouro. O show de Adriessa (Glorious Bonds, Larusso), Brunella, Helena (Siete Armas), Rebeca e Veri durou cerca de 40 minutos e foi o mais energético de todo o evento. Os discursos da vocalista foram recorrentes nos intervalos das músicas. Ela explicou os temas abordados nas estrofes e versos e também agradeceu a oportunidade de dividir o palco com uma banda como a Teu Pai Já Sabe?. Essa apresentação foi mais uma prova de que as meninas devem e poder ter espaço na(s) cena(s) hardcore, no movimento punk e na sociedade como um todo. Para isso, as garotas precisam se organizar e lutar contra todo o tipo de dominação, opressão, preconceito e violência imposto nesses lugares. Mesmo um pouco cansado, o público presente permaneceu no bar e acompanhou os berros de Rebeca, principalmente no refrão de Apoia Mútua:

Não preciso de mais um otário falando o que eu posso ou não fazer.
Nem das mina que reproduz a passividade que nos ensinaram a ter.
Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede! 
1, 2, 3! Meninas para frente!

Além dessa música que é um convite ao sing along, as meninas interpretaram autorais cujos assuntos abordados são o aborto, alienação, consumismo, machismo, misoginia e união entre os que se interessam pelo feminismo. Os presentes puderam ainda ouvir duas músicas que ainda não foram gravadas: Mutilada e Sem Título.


Faixas

01 Introdução
02 Brincando de Igualdade
03 Julgamento
04 6 Minutos
05 Alvo Da Loucura
06 Apoia Mútua
07 Mãe Solteira
08 Guerras
09 Mutilada
10 Sem Título
11 Meia Bola
12 Pró-Escolha

Após a performance do quinteto aconteceria o debate com o título Exploração e Opressão da Mulher na Sociedade de Classes por Karen Capelesso. A atividade foi cancelada pela organização do evento devido ao cansaço do público presente e alguns imprevistos que a proponente teve durante o dia. Ela foi avisada sobre a decisão do Selo Guritiba e concordou em adiar o debate para uma outra ocasião.

Os grupos Ribas On The Rocks e Vou Cuspir No Seu Túmulo se apresentariam na sequência do festival mas desistiram de tocar dias antes do evento e comunicaram a organização do Guritiba VI. O selo aceitou a decisão, entende a postura das bandas e não fará mais nenhum comunicado sobre as discussões ocorridas na rede social Facebook pois isso de nada acrescentará ao evento que, além de reunir 100 pessoas e bandas de qualidade indiscutível e mensagem de extrema relevância para a(s) cena(s) como a Anti-Corpos e a Teu Pai Já Sabe?, além de um debate tão produtivo como o que aconteceu na metade do evento.

As fotos foram tiradas e cedidas gratuitamente por Shernobyl. Clique aqui e conheça seu trabalho

2012/10/14

Resenhas: Guritiba V

A quinta edição do festival Guritiba aconteceu ontem a noite no bar TNT e foi o primeiro evento organizado pelo selo Guritiba a contar  com a presença de bandas de outros estados: os paulistas da Rawfire e da Running Like Lions. Todas as quatro edições anteriores foram especiais e importantes para as pessoas que se envolveram e os grupos que aceitaram o convite, mas é unânime que foi, até o momento, o melhor dos Guritiba no que diz respeito a qualidade das bandas e equipamento de som disponível. Cada um dos seis grupos se destacou por motivos diferentes e você descobrirá quais foram nas linhas a seguir.


A banda Alcoólica subiu ao palco com mais de uma hora de atraso, fato que comprometeria todo o festival. O microfone que o vocalista Henriko usou durante a primeira música apresentou alguns problemas que foram resolvidos antes da segunda canção. A performance do quinteto (agressiva e energética) foi muito semelhante ao do evento anterior, mas dessa vez a qualidade do show foi superior, devido ao backline disponível já citado no começo desse texto. Mesmo assim, para que a plateia ouvisse melhor os solos de guitarra, Henriko posicionou o microfone principal na frente das caixas de Deniz e Renan. O público presente variou entre amigos, familiares e os que já estavam presentes no bar. O quinteto, mais uma vez, interpretou versões cover de grupos que o influenciou como Misfits e Titãs.

Clique aqui para assistir ao vídeo no qual a Alcoólica interpreta a música Halloween.

Faixas

01 Pulsação
02 Dores e Revoltas
03 Polícia (Titãs)
04 Continuar
05 Halloween (Misfits)
06 Radioativo
07 Distante de Tudo
08 Sonhos
09 Mais um Suicida
10 Scream (Misfits)
11 Terno e Gravata
12 Mortalha

A banda Beer Buk Trio, assim como a Beyond Frequency, foi convidada pelo selo para enriquecer ainda mais o evento, já que os quatro outros grupos possuem uma proposta musical que varia entre o hardcore e o punk rock. Dito e feito. Cintia e seus colegas que também tocam na Vou Cuspir no seu Túmulo, Caio e Juliano, interpretaram canções de sua demo que já foi publicada no Sound Cloud, e algumas inéditas. As músicas desse trio não possuem letras o que gerou brincadeiras saudáveis por parte dos amigos. Sobre a performance, faz-se necessário destacar a resposta do público presente que nesse momento do festival já era numeroso. Os presentes entraram na mesma sintonia da guitarra, dos gritos de Cintia e da bateria de Juliano. Este contribuiu com a sua voz em algumas canções, agradeceu a oportunidade que o trio recebeu para tocar e no fim da apresentação não escondeu todo cansaço que sentiu e a energia que recebeu da galera. Apesar de não possuir estrofes ou versos, as canções possuem processos de composição interessantes. Uma de suas canções, por exemplo, foi influenciada pelo filme Coração Valente.

Clique aqui para assistir ao vídeo no qual a Beer Buk Trio interpreta a música Smash My Car e aqui para La Luz.

Faixas

01 Santa Clara Poltergeist
02 O Vampiro de Curitiba
03 Smash my Car
04 Saylor Boy
05 Tony Montana
06 Sé às Seis
07 Horrorshow Interzona
08 Nada me Faltará
09 La Luz

A primeira metade do festival acabou por volta das 22:00, com mais uma apresentação da banda SYA. O quarteto formado por Danilo, vulgo Alface, Felipe, vulgo Japa, Marcelo e Neto voltaram a se apresentar em uma edição do Guritiba após performance no restaurante indiano Balarama e outra no mesmo bar, ambas no primeiro semestre. Comentar sobre uma banda tão boa e com grande potencial como a SYA é chover no molhado. Sua performance empolgou a grande maioria dos presentes (amigos, conhecidos, pessoas que não conheciam o quarteto e até mesmo as duas bandas de São Paulo), seja enquanto Neto e companhia interpretavam suas autorais ou nas versões cover de Samiam e Street Bulldogs. O show  foi o mais energético de todo o festival e os que acompanham a SYA podem esperar um show especial de lançamento de seu primeiro EP (ainda sem título e lista das faixas definidos) que acontecerá ainda esse ano e será organizado pelo selo Guritiba em parceria com o próprio grupo.


Clique aqui para assistir aos vídeos nos quais a SYA interpreta a música Dull, original do grupo Samiam, aqui para Never Change e aqui para Play This Song Again (mais uma cover, dessa vez de Street Bulldogs) e The Escape, de sua autoria.

Faixas

01 So Close
02 Appetite For Destruction
03 Road
04 Galetera
05 Dull (Samiam)
06 Never Change
07 Garage
08 Play This Song Again (Street Bulldogs)
09 The Escape
10 Money


O quarteto Beyond Frequency deu sequência ao festival e foi a grande surpresa da noite. André, vulgo Pai, Brunno, Douglas, vulgo Vovô e Marcos, vulgo Bolota, se apresentaram no bar TNT, há cerca um mês. Na troca de palco entre o grupo anterior e a Beyond Frequency houve um pequeno acidente com a caixa de guitarra de Brunno. O vocalista Neto a derrubou sem querer e o fato gerou certo desconforto para o guitarrista que, com os ânimos menos exaltados, pediu desculpas à Neto na metade do show e pôs fim ao ocorrido. Qual seria a diferença em tocar novamente no mesmo lugar? Isso só a banda pode responder, mas o público comentou várias vezes que essa foi a melhor performance da noite. A proposta musical da Beyond Frequency é de fato muito interessante e proporcionou aos ouvintes uma viagem muito semelhante aos que usam certos  tipos de substâncias alucinógenas. Pela primeira vez o grupo interpretou uma música (ainda sem título, como todas as outras) na qual o baixista Bolota usou um xilofone. Após o show os membros comentaram que cometeram alguns erros mas isso não diminuiu nem um pouco a média final do show e várias pessoas foram cumprimentar o quarteto pela sua apresentação.

Clique aqui para assistir ao vídeo no qual a Beyond Frequency interpreta uma de suas músicas.

Faixas

A banda ainda não decidiu os títulos de suas canções.

O atraso em efeito dominó fez com que mais da metade do público deixasse o bar TNT antes do show da banda Running Like Lions e, consequentemente, o da Rawfire. Não há banda principal nos festivais organizados pelo selo Guritiba, mas toda a expectativa ficou para os grupos que se propuseram a viajar mais de 400 quilômetros para tocar pela segunda vez na cidade. Os que ficaram, cerca de 50 pessoas, assistiram ao show mais sólido de todo o festival. Durante a execução das autorais, o quarteto mostrou toda sua presença de palco e proposta musical influenciada por Bouncing Souls, Face to Face, com um toque especial oferecido pelo baterista Arthur e os responsáveis pelas cordas e os vocais Bruno, Caio e Dan. A experiência dos quatro, que já tocaram em importantes bandas como Atrial, Children of Gaia, Clearview, Deposers, Good Intentions e Os Thompsons, foi importante para mais uma ótima apresentação como essa, apenas com pontos altos. Uma das surpresas da noite foi a interpretação de Keep in the Garage, original dos irmãos da Rawfire. Clique aqui para assistir. O microfone que Caio usava falhou bem na metade da música, mas o quarteto contornou a situação e contou com a ajuda dos seus amigos Pedro e Plínio. O saldo da apresentação foi muito positivo. O grupo pode interpretar todas as músicas do set list e ainda trouxe vários adesivos e camisas de seu merchandise para os interessados.


Clique aqui para assistir ao vídeo no qual a Running Like Lions interpreta as duas primeiras músicas de seu setlist, Don't Lose Your Bracket e Homewreck.

Faixas

01 Don't Lose Your Bracket
02 Homewreck
03 99 Yards
04 Singapore
05 Brand New
06 Tip of my Toes
07 Keep in the Garage (Rawfire)
08 Kneel and Pray
09 Positive Along The Way
10 Mission Accomplished
11 Like Lions

A responsabilidade de fechar o Guritiba V ficou com a Rawfire e ela o fez com chave de ouro. Os amigos oriundos da cidade cinza e inimigos das namoradas escrotas esperaram duas horas a mais do que o planejado para interpretar canções. O conteúdo das letras são os fortes laços de amizades e o quanto isso ajuda as pessoas na superação de crises emocionais e questões introspectivas. Toda essa mensagem foi transmitida em estrofes e versos com considerável carga poética, como em Sunrise e Wishing Unhappy New Life. Sobre a apresentação, o vocalista Plínio se destacou visualmente por estar trajado como um bom e velho irlandês. A fama de beber muita cerveja do povo irlandês provavelmente o serviu de inspiração que, é claro, destacou-se também na parte musical. O quinteto devolveu a homenagem da Running Like Lions ao interpretar Tip of my Toes, dessa vez sem problemas no microfone e com a gratificante ajuda de Caio e Dan. Clique aqui para conferir esse momento.


Clique aqui para assistir ao vídeo no qual a Rawfire interpreta as duas primeiras músicas de seu setlist, Intro e Wishing Unhappy New Life.

Faixas

01 Wishing Unhappy New Life
02 Quick Message, Slow Mode
03 Bones
04 For What I've Done (I Told You So)
05 Keep In the Garage
06 Mind On a Hunt
07 Not Your Savior (No Use For a Name)
08 Before I Start
09 Tip of my Toes (Running Like Lions)
10 Sunrise
11 Friendship
12 Capitulate
13 I Beg To Differ

O festival Guritiba V será lembrado com muito carinho por todas as pessoas que participaram dele: amigos, bandas, conhecidos que ajudaram na organização do mesmo e pessoas que não foram até o bar TNT mas ajudaram indiretamente na viabilização do evento. O organizador do festival, Thiago, escolheu essa edição como a sua favorita e deixa agradecimentos para as seguintes pessoas:

Aos músicos André Luis (dono do Estúdio 33, guitarrista das bandas Glock e Last Sigh), seu colega de banda Glock, o guitarrista Christiano e Bruno, guitarrista do grupo Hesterco. Os três alugaram equipamento de som por preços acessíveis, diminuindo assim os custos do festival.

Aos músicos André, vulgo Pai, e Brunno, ambos da Beyond Frequency,  por emprestarem suas caixas de guitarra para o show de sua banda e da SYA, e Danilo, vulgo Paulista, cujas bandas (Capetoize, Till JoeyTraditional Disorder) não tocaram no evento mas mais uma vez emprestou sua caixa de baixo sem cobrar um mísero tostão.

Aos músicos das seis bandas que aceitaram o convite, tocaram durante as quase oito horas de festival e foram pacientes com toda a organização do evento, principalmente aos grupos Rawfire e Running Like LionsEles deram um voto de confiança ao Selo Guritiba , aceitaram viajar com uma ajuda de custo mínima e se hospedar nas casas dos amigos Gabriel Protski e Rafael Silva, pessoas que também merecem um muito obrigado. O atraso, aliás, talvez seja a única mancha no festival mas os paulistas mostraram quão agradável e recompensador foi tocar para os amigos e pessoas que realmente se interessam por suas músicas.

Aos amigos Afonso por emprestar a bateria; Danilo, vulgo Paulista, Nadine e Pedro, vulgo Tocha pela ajuda na mesa de som e na troca de palco, aos amigos Carlos, vulgo Caetano, Daiane, a namorada Cintia (futura Primeira-Dama do Hardcore Curitibano), que cuidaram da bilheteria e venderam os volumes do zine e ao Murilo e ao Rômulo que ofereceram ajuda para ficar na bilheteria, caso fosse necessário.

O resultado do Guritiba V foi ótimo e mais uma vez foi possível organizar um festival que respeitou a cartilha do Faça Você Mesmo, no qual muitas pessoas se envolveram, nenhum grupo precisou vender cota de ingressos, não houve patrocínios mas sobrou alegria e troca de experiências. A próxima edição acontecerá no mesmo bar com as bandas Anti-Corpos, Rabo de Galo, Teu Pai Já Sabe, Traditional Disorder e mais dois nomes que serão divulgados nos próximos dias. A data será o dia 2 de novembro e o evento começará a partir das 15:00.

2012/10/01

Resenhas: Better Leave Town: Home Money Love

Os curitibanos que curtem hardcore são presenteados, de tempos em tempos, com o nascimento de grupos que enchem eles de orgulho. O mais recente caso é o da Better Leave Town. Ela possui membros com considerável experiência (Holodomor, Nieu Dieu Nieu Maitre, Nunca Inverno, Onde Eu Me Encaixo?, Surprise Set, entre outras) e que se reuniram para apresentar uma proposta musical baseada no post hardcore de Hot Water Music e Samiam, duas de suas maiores influências. Home Money Love é o título de seu primeiro trabalho, gravado durante os meses de abril, maio e junho no Estúdio Passagem. A faixa inicial, Memories And Numbers, conta a história de um casal sob o ponto de vista do namorado. Ele se lamenta por todas as dificuldades que sua amada passa, entre elas o árduo trabalho e as poucas horas de sono, além do fato de não modificar a situação. O problema pode parecer banal pois está presente na vida de muitos jovens e o destaque fica por conta da melodia e a voz de João. A música seguinte, Mr. Banana Monster, segue com a mesma pegada e os intervalos entre os riffs e o vocal. A arte da capa e de todo o encarte é muito linda. As letras das músicas estão dentro do mesmo e a capa do CD recebeu o mesmo cuidado, deixando todo o trabalho ainda mais belo e rico. A versão física custa R$5 e estará disponível para compra na 5a edição do festival Guritiba Punk que acontecerá no dia 13 desse mês a partir das 16:00 no bar TNT. Clique aqui para ouvir gratuitamente as canções e confira a seguir a arte e a lista com as faixas:


Faixas

01 Memories And Numbers (03:09)
02 Mr. Banana Monster (03:20)
03 Landless Hearts (02:31)


Formação: Igor Leutner (bateria), João Machado (guitarra e voz), João Pedro Ribeiro Paulino (guitarra, segunda voz) e Vinicius Buenaventura (baixo e voz)

2012/09/16

Resenhas: Noite Nervosa 3

A terceira edição do festival Noite Nervosa 3 aconteceu ontem a noite no Espaço Cult e foi um evento que marcou o retorno da banda Calibre 12 em Curitiba, após mais de dez anos, e a segunda apresentação na cidade do trio Periferia S/A.


O primeiro grupo a se apresentar foi a U.T.I. O quarteto está na ativa desde 1997 e apresentou um show simples que mostrou todo o comportamento de uma boa e velha banda de punk rock. O tom do vocalista foi um dos destaques da apresentação pois lembrou muito a de Mao, vocalista dos Garotos Podres. Um grupo formado por cerca de 60 pessoas assistiam a performance da U.T.I naquele momento, sendo que meia dúzia desses pediram que o quarteto tocasse versões cover de nomes pioneiros do punk rock nacional, como Cólera, Olho Seco, Replicantes, entre outras. A banda atendeu ao pedido e interpretou as músicas Desemprego e A Ordem, original dos grupos Fogo Cruzado e Câmbio Negro.

Faixas

01 Golden Years
02 Chumbo Grosso
03 Geral
04 Vida Agitada
05 Caos Urgano
06 Cagar
07 F.M.G.
08 Cotovelada
09 Vida De Mendigo
10 Rejeição
11 Essa Gente
12 A Ordem (Câmbio Negro)
13 Desemprego (Fogo Cruzado)



A segunda banda que subiu ao palco foi o quarteto psychobilly Krappulas. O show começou logo após a meia noite e nesse momento o público era razoavelmente maior. Sua performance mostrou que a banda voltou a ativa com gás de sobra e com uma formação capaz de proporcionar shows muito empolgantes como aqueles que ajudaram na construção da cena psychobilly curitibana. O grupo aproveitou muito bem o tempo disponível e interpretou canções de seu mais recente trabalho, Psychoworld, o segundo álbum de estúdio. As cópias físicas em CD estavam disponíveis para compra nas mesas de merchandise por R$5. Além das autorais, a banda interpretou versões cover de canções que serviram de influência para seus membros na época em que eles se encontravam na mesma faixa etária que a maioria do público presente. O saldo final da apresentação foi muito positivo pois após alguns ajustes, a qualidade do som ficou muito boa possibilitando que o público presente escutasse a voz rasgada de Breno e os slaps do baixo acústico de Manolo. Clique aqui para ouvir as músicas Hassassins e Survivor, ambas de sua autoria:

Faixas

01 Ataque Das Mulheres Abelhas
02 Survivor
03 Hassassin
04 Caring About
05 Hell
06 Shocked
07 Detroit Rock City
08 Krappulas
09 Dead
10 Devil Dead
11 Noites Neuróticas




A metade do festival começou com a presença ilustre do baixista Jabá, do guitarrista e vocalista Jão e do baterista Alonso.O trio começou o show com muita energia e uma excelente resposta do público, algo notável visto que essa foi a primeira performance da banda no município. Críticas ao futebol e seu poder aliente sobre o povo brasileiro, imitações de um padre, pastor evangélico e até mesmo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foram momentos que deixaram a performance ainda mais cômica e rica. Durante a apresentação os três protestaram contra a lei  e fumaram seus cigarros. Pela primeira vez em todo o evento, a plateia acompanhou a banda cantando todas as suas músicas e se divertindo na roda. A motivação dos presentes se deu pela proposta musical da Periferia S/A, que abrange diversos gêneros musicais e escolas diferentes, além do conteúdo de suas letras que abordam temas interessantes aos punks presentes. Clique aqui para ouvir as músicas Eles, Recomeçar, Padre Multimídia e Segunda-Feira, todas de sua autoria.


 

A banda Calibre 12 fechou com chave de ouro a terceira edição do festival Noite Nervosa. Ela interpretou todas as músicas do seu set list e fez um show de longa duração. Aleks Navau, vulgo Roger Miret do Brasil, dôou-se integralmente durante toda a performance e seus companheiros Falcon e Fernanda, respectivamente, o guitarrista e a baixista do grupo. O alto nível de álcool presente no sangue do público e toda a empolgação da platéia fez com que a interação do mesmo com a banda durante toda a apresentação, apesar do cansaço previsto em se tratando de um festival como esse. Na última parte do show aconteceu o momento apoteótico de Danilo, vulgo Paulista. O prolífico baixista da finada Sobreviventes do Aborto, atual Till Joey e Traditional Disorder, subiu ao palco, pegou o microfone que estava no pedestal utilizado pela também baixista Fernanda e acompanhou Aleks cantando Vítimas da Podridão na íntegra. Esse foi um dos momentos mais emocionantes de toda a apresentação pois a música é uma das mais conhecidas do grupo, gravada no álbum de estúdio homônimo e lançado em 1999. Além de Paulista, muitos dos outros que estavam na pista cantaram as estrofes e os versos desse que é um verdadeiro hino do punk rock nacional. O show acabou cerca de vinte minutos depois e o público saiu muito satisfeito com o show desse grande nome do hardcore nacional e um dos mais importantes da Cidade Cinza. Clique aqui para ouvir as músicas Espelho e Meios de Transporte.

Faixas

01 Espelho
02 Meios de Transporte
03 Underground
04 Eu Resistirei
05 O Punk Não Morreu
06 Polícia ou Ladrão
07 Quanto Mais Você me Oprime
08 18 Anos
09 Arrastão
10 Nossa Vida
11 Descendo a Canelada
12 Vida de Cão
13 Ódio Máximo
14 Hardcore Eu Sou
15 Exploração Universal
16 Hino da Irmandade Punk
17 Víctimas da Podridão
18 Buracos Suburbanos
19 Riot
20 Return of the Fly

O saldo do Noite Nervosa 3 foi positivo. O equipamento de som disponível para as bandas era de qualidade muito boa e os técnicos fizeram ajustes apenas durante as primeiras canções. O público presente não lotou o local do evento mas se divertiu um bocado apesar do preço alto da cerveja e outras bebidas alcoólicas. Os punks do Largo da Ordem o seu dia de glória cantando os hinos do punk rock nacional e a organização do evento provavelmente teve problemas com a contabilidade do mesmo mas esse é um risco que sempre estará presente em eventos desse porte.

2012/07/30

Resenhas: Ele Queria Que Algo Acontecesse Quando Ele Fizesse Algo

A banda Onde Eu Me Encaixo? foi a primeira a se apresentar as 17:10 e interpretou Direção Da Violência depois de uma breve introdução. A corda de baixo de Ramon arrebentou logo após essa a canção mas seu baixo logo foi substituído, não comprometendo a performance. O quarteto foi muito feliz em escolher tocar várias músicas que não foram gravadas em seu primeiro trabalho. Ele foi lançado em formato digital e físico no final do ano passado e as mais recentes são: Direção Da Violência, Torres E Cruzes, Impossível Será (interpretada ao vivo pela primeira vez), Sempre Há Mais, No Alvo, Quem De Nós? e O Século Do Eu. Durante o intervalo entre as canções, o baterista Vinícius, vulgo Piuí, recomendou o filme The Century Of The Self, dirigido por Adam Curtis e lançado há exatos dez anos. O documentário explica como as grandes corporações e as instituições políticas usaram as ideias do pai da Psicanálise, Sigmund Freud, para manipular os desejos inconscientes das pessoas. Assista-o a seguir:



Esse foi mais um show muito bacana do grupo oriundo de Guarapuava. Naquele momento, o público não foi o suficiente para lotar o porão do centro cultural mas os presentes acompanharam animadamente o show e alguns ainda acompanharam os refrões de Nenhum Brilho e Sociedade Em Cubículos.

Faixas

01 Intro
02 Direção Da Violência
03 Incentivo
04 Torres E Cruzes
05 Ao Lado Dela
06 Impossível Será
07 Sempre Há Mais
08 Nenhum Brilho
09 No Alvo
10 Quem De Nós?
11 O Século Do Eu
12 Sociedade Em Cubículos

Assista a seguir aos vídeos nos quais a Onde Eu Me Encaixo interpreta Torres E Cruzes, Impossível Será, O Século De Eu e Sociedade Em Cubículos:






O segundo grupo que participou do festival foi a Deaf Kids. Oriundos da Cidade Maravilhosa, o trio é saudavelmente liderado pelo guitarrista e vocalista Douglas. Ele é o responsável pelo processo de composição das músicas, ao passo que seus amigos Angu e Mariano são responsáveis, respectivamente, pelo baixo e bat eria nas apresentações ao vivo. A apresentação foi a que mais destoou de todas as outras pois a sonoridade apresentada pela Deaf Kids é bem mais agressiva e menos melódica que a dos outros quatro grupos. Um de seus maiores destaques é o conteúdo de suas letras que abordam temas muito interessantes críticas as religiões, principalmente o cristianismo, e a opressão do homem pela sociedade. Assista a seguir ao vídeo no qual o trio interpreta a música Society Victims:

Durante a performance, Mariano comentou sobre sua felicidade em tocar num espaço como o CCAJ13 por se tratar de um lugar autogestionado no qual ele já morou e encerrar a turnê da banda que se apresentou nos dias anteriores em Blumenau, Florianópolis e Porto Alegre. O grupo gravou e lançou esse ano um split com os amigos da O Mito da Caverna. Clique aqui para ouvir.

Faixas

01 Heretic Anthem #5
02 Christianity Standards
03 Witch Hunt
04 Heretic Anthem #1
05 Heretic Antgem #2
06
07 Contra O Vale
08 Society Victims
09 Suffering Pt I
10 Heretic Anthem #3
11 Happiness In Slavery

A metade do festival foi marcada pelo início da apresentação da Better Leave Town, responsável por trazer boa parte do público presente. O quarteto, visivelmente influenciado por Hot Water Music e outras bandas da mesma cena, tocou mais uma vez no CCAJ13 e interpretou canções de seu primeiro EP, Home Money Love, e outras que serão gravadas em muito breve. Entre uma canção e outra, João (compositor, guitarrista e vocalista da banda), anunciou que a Better Leave Town lançará a versão física de seu trabalho inicial em show com a Nunca Invenro na Casa Do Xao no próximo domingo, dia 5. A apresentação foi muito produtiva sólida, mesmo com um pequeno problema no volume do baixo e no microfone de João. Assista a seguir aos vídeos nos quais o quarteto interpreta She Hates Winter, Memories And Numbers e Landless Hearts:





Faixas

01 Memories And Numbers
02 A Fucking Trap
03 She Hates Winter
04 Bring Us Peace
05 Landless Hearts
06 Sick
07 Mr. Banana Monster

A Campbell Trio foi a penúltima atração da noite. O trio, formado pelos irmãos Diego e Rafael Poloni, e o amigo André Zinelli, viajou mais de 700 quilometros e tocou para um público que praticamente lotou o porão. A maioria das canções executadas fizeram com que o ambiente entrasse em uma vibe de um show do Fugazi, com suas diferenças óbvias e peculiares, é claro. Fato é que em determinados momentos a voz de Diego lembrava a de Guy Picciotto em In On The Kill Taker. Além da qualidade musical, a performance foi divertida por causa dos comentários entre as músicas, o que fez com que o público pedisse ainda mais e a organização do evento cedesse tempo além do determinado para que o trio continuasse a se apresentar.

Faixas

01 Don Copal Of The Department Of Death
02 I Un Us, A Love Letter
03 Pat Morita
04 Sem Título
05 Salvador Limones Lost Souls Alliance
06 Through The Blue Note
07 No Hugging, No Learning, Black David
08 Fake Shemp
09 To Ivy Lee
10 Part #2
11 Bebop
12 Sem Título
13 Y's

A última banda da noite é na verdade uma dupla: o baterista Juliano Pereira e o guitarrista e vocalista Thiago Fusco formam a 2 Portas. O que é possível fazer com apenas dois instrumentos, a princípio tão banais e e recorrentes em inúmeros gêneros musicais? Muito! Em tempos como o que vivemos onde, para a maioria alienada, muito é sinônimo de qualidade, faz-se necessário destacar uma proposta como essa que consegue oferecer muito com pouco. Por causa do inevitável atraso na apresentação dos grupos anteriores, boa parte do público deixou o recinto. Mesmo assim, Juliano e Thiago capricharam na performance em com o espaço mais vaziom foi ainda mais gostoso de se aproveitar uma performance como essa, visto que a nitidez musical e poética ficou ainda visível. O autor da resenha deixou o porão do CCAJ13 por causa de um início de dor de cabeça mas conseguiu ouvir, gravar e sentir a poesia das primeiras músicas do set list e ter uma ótima impressão da dupla. Assista aos vídeos a seguir:

Seu primeiro e até o momento mais recente EP, Nada Que Há Nos Agrada, foi lançado esse ano e possui três faixas que na verdade formam uma só música homônima. Clique aqui para baixar a ouvir.

Faixas

01 Cadastro
02 Sirene
03 Contraste
04 Urano
05 Breathe (Pink Floyd)
06 Embarque / Desembargue
07 Nada Que Há
08 Nos
09 Agrada

O festival Ele Queria Que Algo Acontecesse Quando Ele Fizesse Algo foi mais uma daqueles eventos especiais nos quais os convidados compartilharam um momento ímpar. A coletânea Tomo I foi distribuída em formato físico e as bandas venderam itens de seu merchandise como adesivos, camisas, CDs e, como de costume, houve também troca de material independente.

Tomo I

2012/07/21

Show: Leptospirose+ Lofi + Mukeka Di Rato

Hoje a noite, a partir das 19:00. as bandas Leptospirose, Lofi e Mukeka Di Rato se apresentarão no Hangar 110, em São Paulo. Os ingressos foram antecipadamente vendidos por R$15 no primeiro lote e R$20 no segundo na Loja 255 do Túnel Do Rock. O Hangar 110 se encontra na Rua Rodolfo Miranda, 110, Bom Retiro.

Resenhas: Nacional HC

A banda You foi a primeira a se apresentar as. O grupo apresentou ao público presente, formado por cerca de 20 pessoas, canções de sua autoria e versões cover de Bad Religion, Capital Inicial, Noção de Nada, Pennywise e Sick Of It All. Você não leu errado. Durante um festival que reuniu seis grupos de hardcore, a You interpretou a famosa canção da banda de rock formada na capital do país em 1982. A escolha arrancou risos dos presentes e foi algo incomum de se ver, mas nada comparado a um pedido de conversão ao cristianismo, fato ocorrido há dois anos em outro festival e em outro local. A performance do quarteto foi muito energética, o baterista Bruno se destacou mais uma vez devido a toda delicadeza ao tocar seu instrumento e o vocalista Alex também demonstrou estar inspirado naquela tarde de sábado. Assista a seguir aos vídeos no qual o grupo interpreta canção que leva seu nome e Step Down:



Willian Costa, guitarrista e vocalista da banda No Reply, respondeu ao convite geral feito por Alex e mandou ver na canção acima:



Faixas

01 Assim
02 Banda Comercial
03 One Reason
04 Jeito De Viver
05 Diploma (Noção de Nada)
06 Até Quando Esperar
07 You (Bad Religion)
08 Faça Você Mesmo
09 A Sua Maneira (Capital Inicial)
10 Step Down (Sick Of It All)

O quarteto continua uma sequência de shows que utilizada para a divulgação de seu mais recente single: Globalizar. Essa canção, aliás, foi a escolhida para abrir seu show. Assim como a You, a apresentação da No Reply ficou um pouco comprometida pelo equipamento de som disponível no Hangar Music Hall mas mesmo assim a banda ofereceu uma apresentação sólida com músicas antigas, mais recentes e versões cover de Face To Face e NOFX. Assista a seguir ao vídeo no qual o grupo interpreta a canção Disconnected, original do quarteto californiano:



Faixas

01 Globalizar
02 Emancipado
03 Leave It Alone (NOFX)
04 Middle Class
05 Abstrato
06 Eu Lírico
07 Opinião Formada
08 Disconnected (Face To Face)
09 Save Our Scene
10 Sem Problemas

Show: Onde Eu Me Encaixo + Vou Cuspir No Seu Túmulo

Hoje a noite, a partir das 18:00, as bandas Onde Eu Me Encaixo? e Vou Cuspir No Seu Túmulo se apresentarão na Garagem da Raquel, em Guarapuava. Os ingressos custam R$5 e serão vendidos apenas no horário e no local do evento. Durante o evento haverá amostra de fanzines e bate-papo sobre o mesmo tema.

2012/05/29

Resenhas: Guritiba Punk II

A 2a edição do festival Guritiba Punk II aconteceu ontem à noite no TNT Rock Bar e reuniu amigos e conhecidos que curtiram as quase seis horas do evento no qual se apresentaram as bandas Nadacom, No More Life, Save Your Ass, Sete Anos Mais Tarde, Vou Cuspir No Seu Túmulo e You. O GP II começou com duas horas de atraso e levou cerca de 120 pessoas ao antigo Tattoo Bar, entre membros das bandas e pagantes.

Convidada pelo quinteto No More Life*, a banda You abriu o evento pouco antes das 17:00 e ofereceu aos presentes uma performance superior ao da primeira edição. Muito disso se deu ao fato da entrega com a qual o quinteto tocou músicas próprias e duas versões cover e a qualidade do equipamento disponível. A presença de palco do vocalista Alex, sua interação com o público presente e as incontáveis pauladas que o baterista Bruno deu em seu instrumento, principalmente na interpretação de New Dark Ages, foram os pontos mais positivos do show. Assista ao vídeo a seguir no qual a You interpreta uma de suas novas músicas, Seus Erros:



Faixas

01 Banda Comercial
02 One Reason (Pennywise)
03 Até Quando Esperar?
04 Diploma (Noção de Nada)
05 Jeito De Viver
06 Faça Você Mesmo
07 New Dark Ages (Bad Religion)
08 Seus Erros


A banda Vou Cuspir No Seu Túmulo deu sequência ao festival e foi responsável pela performance mais que mais destoou de todas as outras e foi também a mais interessante. A energia transmitida pelos quatro membros foi de tamanha intensidade que tornou a apresentação até certo ponto caótica. Durante o intervalo das músicas, o vocalista Leonardo, vulgo Peixe, discursou sobre sentir desejos por uma ou mais pessoas do mesmo ou sexo diferentes e comentou sobre as relações monogâmicas. Como suas músicas são de curtíssima duração e o grupo possuía meia hora disponível, Peixe assumiu a bateria para que Bruno pudesse cantar uma música da banda Ceremony. O detalhe e fato muito engraçado foi consultar a letra da música em seu iPhone pouco antes dos primeiros acordes. Assista a seguir ao vídeo no qual a interpreta as músicas Mar De Urina, Cocomínio e Não Me Importo Com Seu Incomodo:



Faixas

01 Intro
02 Mar De Urina
03 Ccomínio
04 Não Me Importo Com Seu Incomodo
05 Última Tortura
06 Monotemático
07 Sobre Envelhecer
08 5,6,7,8
09 Miséria, Ódio, Intolerância E As Duas Faces Do Fracasso
10 Especulação Imobiliária
11 Eu Leio, Não Entendo
12 Vígaros




Na edição passada, a No More Life foi muito prejudicada pelo atraso dominó que aconteceu por causa de uma tomada que queimou e a chegada da polícia, mas dessa vez ela teve tempo de sobra para tocar todas as músicas planejadas. Como de costume, o quinteto reuniu um bom número de amigos e conhecidos que curtem o seu trabalho e que acompanharam o vocalista Alex e seus colegas em praticamente todas as canções. Assista a seguir ao vídeo no qual a No More Life interpreta as versões cover de Afasia e Bro Hymn, com a participação mais do que especial do futuro sociólogo Danilo, vulgo Paulista, Dudu (o guiarrista canhoto mais habilidoso de Curitiba), Paulo e muitos outros:



Faixas

01 Próximo Por Favor
02 Orgulho
03 Oferta
04 Ad libitum
05 Wake The Dead (Comeback Kid)
06 Estação
07 Sonho Médio + Afasia (Dead Fish)
08 Bro Hymn (Pennywise)


Um dos fatos que incomodou muito o autor dessas linhas e um dos organizadores do evento foi a ausência do público durante o show da Nadacom. Uma das propostas do festival é abrir espaço para bandas independentes mostrarem suas músicas para públicos de cenas e escolas diferentes, além de reunir amigos, conhecidos e iniciar novas amizades. Infelizmente, algumas pessoas preferiram ficar fumando na frente do bar ao invés de conferir um puta show de hardcore melódico. Com músicas cantadas em português, Leandro, vulgo Língua, Danilo, vulgo Alface, Fabiano e Vitor interpretaram canções que serão gravadas para seu próximo EP e lançadas nas próximas semanas. O principal destaque foi a precisão do guitarrista (atributo que se repetiria no último show da noite) e a participação especial de Fernando, ex-membro do grupo, em duas das canções tocadas. Assista a seguir ao vídeo no qual a Nadacom interpreta duas músicas de sua autoria, Não Podemos Desistir e Quanto Custa O Amor?:




Faixas

01 Sozinho
02 Mandado
03 Não Podemos Desistir
04 Quanto Custa O Amor?
05 Pra Sempre
06 You Lied (Face To Face)
07 Através Do Escuro
08 Caminho Inverso
09 Desabafo
10 Guardião Do Cemitério

O penúltimo grupo, com fortes influências de Dag Nasty e Nunca Inverno, trouxe amigos de outros estados para curtir sua apresentação. Essa apresentação foi especial para Dinho, novo membro da banda que assumiu a responsabilidade de tocar guitarra e também fará seu primeiro show com a Leme no próximo dia 10 no Centro Cultural Anarquista J13. Após tocar a música, o querido vocalista Andrey discursou sobre o tema liberdade ser assunto central dos gêneros musicais hardcore e punk rock, seja ela animal, humana, religiosa e sexual. Assista ao vídeo a seguir no qual a Sete Anos Mais Tarde interpreta as músicas Sem Nome e Pássaros:



Faixas

01 Pessimas Escolhas
02 Projetos
03 5 Vira 10 Ganha
04 Sete Anos Mais Tarde
05 Pássaros
06 Sem Título
07 Cotidiano
08 Chave Inglesa
09 We (Descendents)


A grande surpresa da noite foi coincidentemente a banda que fechou o festival com chave de ouro. Devido a um acidente com seu guitarrista, o grupo Junkyard Dogs não pode se apresentar e foi substituído em cima da hora pela Save Your Ass. Esta já havia se apresentado na primeira edição do evento e seus membros já se encontravam no TNT Rock Bar. Mesmo com os minutos contados, o grupo oriundo de Santa Felicidade fez seu melhor show na opinião do público e também dos quatro que fazem parte da banda. Alface, Felipe, vulgo Cabral, o atleticano Marcelo e Neto cantaram e tocaram com tamanha entrega e precisão que após o horário limite da apresentação um dos organizadores do Guritiba Punk II foi obrigado a estender um pouco a duração do show a pedidos da platéia. O show agradou muito até os que já não curtem tanto hardcore como Felipe, vulgo Felöpe, que, apesar de não descruzar aos braços, ensaiou uma dança ao ouvir Dull, original da banda Samiam. O clima do show estava tão Garage Fuzz na Praça do Gaúcho que um dos convidados sentiu-se a vontade o suficiente para pegar seu skate e dar algumas manobras, ali mesmo no meio do público, na frente do palco. A única lamentação foi que a bateria da câmera digital acabou e nenhum registro em áudio ou vídeo foi possível. Talvez seja melhor assim, deixar guardado na memória dos presentes um momento tão especial e bacana como esse.


Faixas

01


O saldo do Guritiba Punk II foi muito positivo. Todos se divertiram muito mais do que na 1a edição e mais pessoas pudeream conversar numa boa respeitando suas diferenças ideológicas e muusicais. Nesse momento o autor dessas palavras mudará o discurso para a 1a pessoa e copiará e colará o que já escreveu na rede social Facebook:

Muito obrigado a todos que ajudaram na realização do festival Guritiba Punk II em especial ao Carlos Vulgo Caetano e ao Murilo Nunes que ficaram na porta, ao Danilo Borges da Silva e ao Jardel Rodrigues que cuidaram do som, ao Alexandre Ricardo que conseguiu o lugar para tocarmos, ao Pedro Gouvêia da Costa e ao Michael Minella que nos ajudaram muito alugando e emprestando o equipamento musical. Talvez tenha esquecido de alguém e já peço desculpas antecipadamente mas é que é muita coisa para lembrar e pensar.

Agradeço também aos seis grupos que se apresentaram e chamaram seus amigos e conhecidos para o evento: Nadacom, No More Life, Save Your Ass, Sete Anos Mais Tarde e Vou Cuspir No Seu Túmulo e You. Foi tudo muito divertido e já estamos pensando no Guritiba Punk III e IV.

* A banda No More Life foi prejudicada no Guritiba Punk I por causa da chegada da polícia e conseguiu tocar apenas três músicas. Por isso, ela foi convidada para participar do Guritiba Punk II e escolheu o grupo You para dividir o palco. O coletivo Guritiba Punk continuará a dar oportunidade e prioriedade para as bandas que ainda não participaram do festival sempre que possível.